domingo, 21 de novembro de 2010

Livro de Monteiro Lobato é liberado

Monteiro Lobato racista? Um professor da universidade de Brasília achou que sim. Considerou que no livro "Caçadas de Pedrinho" há preconceito racial contra a personagem Tia Anastácia, a empregada negra do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Em um trecho, o autor diz que Tia Anastácia "tem carne preta”. Em outro, afirma "que trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro”.

A Secretaria de Igualdade Racial concordou com a crítica. “As expressões que o livro contém são expressões de um conteúdo fortemente preconceituoso e que precisam de tratamento explicativo na sala de aula, para que não se ofenda a autoestima das crianças e dos leitores”, disse o ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araujo.

O Conselho Nacional de Educação chegou a recomendar que o MEC deixasse de adotar "Caçadas de Pedrinho" nas escolas públicas. O argumento era que ele desrespeita o critério usado na avaliação dos livros didáticos, de não ter preconceitos ou estereótipos.

A Academia Brasileira de Letras condenou o veto. “A obra do Monteiro Lobato, depois de tantas décadas, sofrer esse tipo de avaliação, é completamente equivocada. A academia, na linha das suas convicções democráticas, rejeita qualquer tipo de censura e entendeu a manifestação do conselho como uma forma de censura”, afirmou o presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça.

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, não é o caso de tirar o livro das escolas. “Décadas se passaram. Expressões que não eram consideradas ofensivas, hoje são. Mas, em se tratando de Monteiro Lobato, de um clássico brasileiro da literatura infantil, nós só temos que contextualizar, advertir e orientar sobretudo o professor sobre como lidar com esse tipo de matéria em sala de aula”, disse.

E o problema foi resolvido. O livro vai continuar na lista do MEC, mas, a partir de agora, com uma explicação sobre o contexto em que foi escrito. Algo parecido com o que uma edição já traz sobre a caça à onça. A editora deixa claro que a aventura aconteceu em uma época em que a espécie não estava ameaçada de extinção, nem os animais silvestres eram protegidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O clássico da literatura infantil "Caçadas de Pedrinho" foi publicado pela primeira vez em 1933

Livro de Monteiro Lobato pode ser banido de escolas

 
 
 
              Um parecer publicado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no Diário Oficial da União, sugere que o livro Caçadas de Pedrinho não seja distribuído a alunos e professores, sob a alegação de que a obra é racista.
 
O parecer foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE e foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
 
Publicado em 1933, o livro de Monteiro Lobato, um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira, narras as aventuras da turma do Sítio em busca de uma onça-pintada. Segundo o CNE, os traços racistas da obra estariam na forma como se refere à personagem Tia Nastácia e a alguns animais, como o urubu e macaco.
 
Um dos trechos da obra que sustenta a argumentação do CNE diz: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão”. Outro diz: Não é a toa que macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens.”  De acordo com Nilma Lino Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do parecer, o livro deve ser banido das escolas ou só poderá ser adotado caso a obra seja acompanhada de nota sobre os "estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
 
O parecer do CNE será avaliado pela Secretaria de Educação Básica e a decisão final cabe ao Ministério da Educação (MEC).

domingo, 14 de novembro de 2010

A pulguinha na cueca do vovô.

Literatura Infantil.

Três dos autores da literatura infantil

                                                                          Ruth Rocha




A pedagoga e escritora infanto-juvenil Ruth Rocha, tem mais de trinta anos de carreira e um acervo de mais de 140 livros publicados, com mais de 12 milhões de exemplares vendidos e 25 títulos traduzidos em 23 línguas, entre elas alemão, hindu, chinês e grego.
LIVROS INESQUECÍVEIS Ruth Rocha é autora de livros que não saem da memória de muitas crianças, e ainda hoje são recontados por adultos que fazem questão de repassar tais histórias para seus filhos. Entre eles, o clássico Gariela e a Titia e seu maior sucesso, o livro: Marcelo, Marmelo, Martelo,, que já alcançou mais de 1 milhão de cópias
Com uma linguagem direta, ágil e bem-humorada, Ruth vem conquistando crianças e jovens desde 1969, quando escreveu sua primeira história, Romeu e Julieta, a Borboleta, para a revista Recreio, da Editora Abril. Sete anos depois lançou o primeiro livro, Palavras, Muitas Palavras.
A ESCRITORA E OS LIVROS: Ruth ocupou cargos executivos em importantes editoras do país, organizando bem-sucedidas coleções, como Conto um Conto, Beija-Flor, Amarelinha, Minha Primeira Biblioteca. A autora também escreveu livros didáticos,paradidáticos e um dicionário, além de traduzir dezenas de livros infantis.









                                                               Lygia Bojunga Nunes











Lygia Bojunga nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 26 de agosto de 1932. Aos oito anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Adolescente, estudou por dois anos em Belo Horizonte, retornando, depois, ao Rio. Escolheu estudar Medicina, mas desistiu de prestar vestibular porque se tornou atriz profissional. Do teatro foi para a tevê e para o rádio, representando, escrevendo roteiros, traduzindo e adaptando peças e livros para serem encenados. Apaixonou-se pela literatura e passou a escrever livros. Recebeu muitos prêmios nacionais e internacionais. Em 1982, pelo conjunto de sua obra, recebeu a medalha "Hans Christian Andersen", o mais importante prêmio internacional do gênero.
 a literatura infantil brasileira caracteriza-se por uma acentuada transgressão dos limites  entre a fantasia e a realidade.  Lygia Bojunga é uma escritora que perpetuou esta tradição e a tornou perfeita.  Para ela, o quotidiano está repleto de magia: onde brotam os desejos tão pesados que literalmente não é possível erguê-los, onde alfinetes e guarda-chuvas conversam tão obviamente como os peões e as bolas, onde animais vivem vidas tão variadas e vulneráveiscomo as pessoas. Imperceptivelmente, o concreto da realidade transforma-se noutra coisa,  não num outro mundo, mas num mundo dentro do mundo dos sentidos, onde a linha entre o possível é tão difusa como fácil de ultrapassar. A tristeza vive com Bojunga juntamente com o conforto, a calma alegria com a estonteante aventura e no centro da fantasia da escrita está a criança, muitas vezes sozinha e abandonada, sempre sensível, sempre cheia de fantasias.   A morte não é tabu, a desilusão também não, mas além da próxima esquina, espera a cura. Numa prosa lírica e marcante, pinta as suas imagens e não importa se a solidão é muito amarga, há sempre um sorriso que expressa uma compaixão com os mais pequenos,   que nunca se torna sentimental. Os textos de Bojunga baseiam-se fortemente na perspectiva da criança.  Ela observa o mundo através dos olhos brincalhões da criança.  Aqui é tudo possível: os seus personagens podem fantasiar um cavalo no qual cavalgam a  galope ou desenhar uma porta numa parede, que atravessam no momento seguinte.  As fantasias servem geralmente para ultrapassar experiências pessoais difíceis:  quando a personagem principal em Corda Bamba, 1979 usa uma corda para entrar   uma casa estranha com muitas portas fechadas, do outro lado da rua, é na prática uma  forma de curar a tristeza depois de ter perdido os seus pais numa morte inesperada.  Em A Casa da Madrinha, 1987 percebemos depressa que as experiências fantásticas  de Alexandre durante a sua busca pela casa longínqua de sua madrinha são na realidade   concretização das fantasias de felicidade e amparo de um menino da rua abandonado.  É uma história que se aproxima do conto de Astrid Lindgren Sunnanäng. 


                                               Bartolomeu Campos de Queirós





Bartolomeu Campos de Queirós viveu sua infância em Papagaio, cidade pequena com gosto de "laranja serra-d'água", no interior de Minas Gerais, antes de se instalar em Belo Horizonte, onde reside e trabalha. Seu interesse pela literatura e pelo ensino da arte o fez viajar muito por este país. Conhece as cidades apreciando azulejos e casas pacientemente - um andarilho atento a cores, cheiros, sabores e sentidos que rodeiam as pessoas do lugar, com o mesmo encanto na alma com que observava os rios da Amazônia, dos quais costuma sentir saudades em Minas. Bartolomeu só faz o que gosta, não cumpre compromissos sociais nem tarefas que não lhe pareçam substanciais. Diz ter fôlego de gato, o que lhe permitiu nascer e morrer várias  vezes. "Sou frágil o suficiente para uma palavra me machucar, como sou forte o suficiente para uma palavra me ressuscitar."
Em 1974 publicou seu primeiro livro, O peixe e o pássaro, e desde então vem firmando seu estilo de escrita como uma prosa.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Monteiro Lobato e o dia Nacional do livro infantil













 No dia 18 de Abril comemoramos o Dia Nacional do Livro Infantil, criado pela Lei n.º 10.402, de 08/01/2002. Essa data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato. José Bento Monteiro Lobato, o mais importante escritor de literatura infantil do Brasil, nasceu em 18/04/1882, em Taubaté, São Paulo, e morreu em 04/07/1948.

A comemoração do Dia Nacional do Livro Infantil, é uma ótima oportunidade para apresentar as histórias de Monteiro Lobato às crianças. Em seus textos infantis, o autor fez mais do que montar o universo do Sítio do Picapau Amarelo. "Ele escrevia da maneira como se fala", define Hilda Merz, ex-diretora do museu da Biblioteca Monteiro Lobato, em São Paulo.